20 novembro 2005

Partida

Enrolo-me no meu vento azul e quente

como um manto transparente que me despe

e no baloiço das memórias do que fomos

embalo mansamente com ternura

a saudade de todo o mais que não seremos.

16 Comments:

Blogger N. disse que...

Gostei! Se me permites vou voltar.

20/11/05 17:36  
Blogger Perola Granito disse que...

Temos optimas ideias para prendinhas de Natal, queres dar uma olhadela?

20/11/05 18:08  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

Nunca digas nunca!
E daí? porque não?!

NOTA: Não me dá "muito jeito" comentar poesia. Por dois motivos básicos; primeiro porque é uma escrita formal e não gosto de ironizar com um registo contrário. Eu também não gostaria muito de que ironizassem com textos meus mais formais...
Depois porque não sou crítico literário nem tenho pretensões a tal. Vou passando por aqui, porque escreves bem, mas sem grandes rasgos comentaristas.

Bjs.

21/11/05 00:27  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

Afinal, estava cá! E ainda por cima "é o teu blog!". Podes crer que não gostaria que acabasses com este sítio.

bjs.

21/11/05 11:53  
Blogger Lia C disse que...

n., se a ideia fosse impedir alguém de vir e voltar, se calhar tinha continuado a escrever para a gaveta... volta sempre que queiras, claro!... só não prometo que gostes sempre...

pérola, já dei uma olhadela e achei que têm coisas engraçadas mas, francamente, não são muito o meu género... de qualquer forma obrigada pelo convite...

legível: primeiro que tudo não és obrigado a comentar nada; 2º isto não é propriamente um concurso literário que exija equiparação a crítico literário, portanto quando tiveres alguma coisa a dizer, diz... 3º, podes (e deves) ironizar com o que quiseres independentemente da forma como eu o escrevo, porque se não estivesse aberta a ouvir ironias fechava o tasco e ia atirar aos pratos (a bem da verdade até a mim apetece mandar umas bocas sobre algumas das coisas que escrevo, portanto... avança - o pior que pode acontecer é eu não entender a ironia, mas em relação à minha lerdice pouco há a fazer).

Maria! Tenho saudades e estou sem msn há mais que muito tempo... que bom teres passado por aqui! Beijos muitos!

21/11/05 22:46  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

É evidente que vou sempre passando e comentando; que não consigo "estar calado" e se me dão "corda" pior ainda.

Beijos.

22/11/05 00:21  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

este post não anda?!

Quero um poema!... se fôr possível...

23/11/05 22:33  
Blogger Lia C disse que...

tens um conto em forma de poema no contontos.

bjs

23/11/05 23:36  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

Já li e ainda estou emocionado. Coitado?! do homem!!... e coitado (salvo seja!) de mim que estou pouco palavroso.

bjs.e obrigado.

23/11/05 23:51  
Blogger amok_she disse que...

...'alguém', aqui, pedia um poema...e como a Lia nem pró cinema tem tempo!;-))))...vou deixar um dos meus favoritos...adorados...
pedestalizados...;-)))

O Quereres
Caetano Veloso

Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão
Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não
E onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão
E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão

Onde queres família sou maluco, e onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon sou Pernambuco, e onde queres eunuco, garanhão
E onde queres o sim e o não, talvez, onde vês eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo eu sou o irmão, e onde queres cowboy eu sou chinês

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói


Eu queria querer-te e amar o amor, construírmos dulcíssima prisão
E encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés, e vê só que cilada o amor me armou
E te quero e não queres como sou, não te quero e não queres como és

Onde queres comício, flipper vídeo, e onde queres romance, rock'nroll
Onde queres a lua eu sou o sol, onde a pura natura, o inseticídeo
E onde queres mistério eu sou a luz, onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro, e onde queres coqueiro eu sou obus


O quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal, e eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo te aprender o total do querer que há e do que não há em mim

24/11/05 22:06  
Blogger Alberto Oliveira disse que...

Obrigado Amok_she!

BOA NOITE LIA C.!!

... daqui me vou já deitar, para amanhã acordar*.

* Espero bem!

Beijos!

24/11/05 23:29  
Blogger isabel mendes ferreira disse que...

mt. obrigado. pelas boas vindas... não sei se acrescento alguma coisa lá, mas....bjo.

27/11/05 15:48  
Blogger isabel mendes ferreira disse que...

mt. obrigado. pelas boas vindas... não sei se acrescento alguma coisa lá, mas....bjo.

27/11/05 15:48  
Blogger Lia C disse que...

talvez seja o quereres, sim, que nos faz andar rumo a lado algum... e de repente fiquei melancólica...

bjs

29/11/05 23:25  
Blogger Lia C disse que...

Achas mesmo que é um fatalismo, CT? (detesto exercitar a minha miopia a olhar para o passado, mas às vezes...)

As tuas "inutilidades" são sempre oportunas, por isso não estragam nada. Gosto que as tenhas trazido. Bjs (E brucs!)

29/11/05 23:31  
Blogger Lia C disse que...

Nem precisas de saber... basta-te confiar em nós que dizemos sim: acrescentas, muito. E bem!

Bj

29/11/05 23:35  

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